11.08.2016 | Dicas para Iniciantes com Marcos Meier

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VOAR DEPOIS DOS 50 ANOS

 

Sempre tive vontade de ter um hobbie que me tirasse do computador, dos livros e dos compromissos profissionais e me levasse ao encontro da natureza de forma intensa, emocionante. Então, aos 52 anos decidi aprender a voar de parapente. No início tive medo, achei que o risco era grande demais, (clique aqui e saiba mais sobre atitudes de segurança) mas logo compreendi que a segurança vem de um curso sério, das orientações de um profissional autorizado pela Associação Brasileira de Parapente e da minha própria decisão de não ultrapassar os limites de segurança. Foi aí que me inscrevi na Escola de Parapente Vento Norte e passei a ter aulas teóricas e práticas. Logo comecei a dar pequenos voos e entender melhor o que significa voar:  ver o mundo de outro ângulo, vento na cara, cheiro de mato, amar a natureza e saber respeitá-la e fazer amigos que gostam das mesmas coisas. Nesse tempo de aluno, aprendi algumas coisas que quero compartilhar para os que querem iniciar no esporte:

 

1 – Leve a sério desde o início.

Jamais aceite ter aulas com aquele “amigo que sabe das coisas e voa há um tempão”. Ele não é professor. Não está autorizado. Sua vida pode estar nas mãos da empolgação e não da segurança.

 

2 – Matricule-se num curso autorizado com professor credenciado pela Associação Brasileira de Parapente - ABP.

Consulte o site da ABP (clique aqui para mais detalhes da ABP) e verifique a empresa e o nome do instrutor. Se não estiver lá, caia fora.

 

3 – Siga e respeite seu ritmo.

Tem alunos que na primeira aula prática já conseguem fazer mini voos, tiram o pé do chão treinando no “morrote” que é um descidão de grama. Outros já precisam de mais tempo, mais treinos. E não há nenhum problema em aprender devagar, pois o autoconhecimento nos livra de ousar quando não podemos ainda. Esses treinos no morrote são para sempre, pois é ali que a gente “pega o jeitão da vela” e aprende a dar os comandos na medida certa.

Quer voar? Treine antes! (clique aqui para mais detalhes sobre os treinos). 

É uma delícia, pois corre-se morro abaixo e depois tem que subir. Nada pesado, mas é uma academia ao ar livre.

 

4 – Voar de parapente é um esporte muito interessante, pois quebra alguns paradigmas: quanto mais velho você fica, mais experiente, melhor serão seus voos.

Ou seja, com o passar do tempo a gente fica mais bem preparado, diferentemente de outros esportes que exigem demais da nossa condição física. Por exemplo, eu jogava basquete, mas com minha idade não consigo mais competir com a molecada, pois não tenho a mesma preparação física, apesar da minha pontaria na cesta ter melhorado. Com o parapente é diferente, quanto mais o tempo passa, mais experiente eu fico e melhor serão minhas decisões no ar.

 

5 – Aprendi a respeitar mais a natureza e a observá-la como nunca fiz.

Vento, umidade, horários ideais para voar, formação de nuvens, aproximação de frentes frias e já faço minhas “previsões de tempo” para o dia. Existem formações de nuvens (que o aluno vai aprender na teoria e na observação) que convidam para voar, enquanto outras (as famosas cúmulo-nimbus) que proíbem os voos. Assim, quem decide se é ou não possível voar é a natureza. E não podemos “discutir” com ela, pois precisamos respeitá-la e ouvir o que ela diz. Quando voar não é a decisão correta, ficamos batendo papo e trocando histórias de situações engraçadas que ocorrem com todo piloto. Ou seja, não voar é uma oportunidade para melhorar laços de amizade. (clique aqui e confira alguns momentos especiais em nossa escola).

 

6 – Solidariedade na prática.

Parapente é um esporte em que aprendemos desde o início a receber ajuda dos pilotos mais experientes e também a ajudar quem precisa. Por exemplo, para dobrar a vela (como chamamos o tecido do parapente) nada melhor que um amigo para ajudar. Por isso, ofereça sempre e aprenda a aceitar ajuda. As decolagens são sempre mais rápidas e mais seguras quando temos ajuda de outros amigos, então, quando for nossa vez de ajudar, é isso que fazemos.

 

7 – Para os que moram em Curitiba e região metropolitana, indico a escola Vento Norte e os treinos semanais ocorrem em Campo Largo na região do Rio Verde (um morro gramado que é um convite para correr e tirar os pés do chão por alguns metros) e nos fins de semana voamos no Morro do Cal (clique aqui e saiba mais sobre o Morro do Cal) cuja altura é de 270 metros, uma delícia!

A gente decola (de parapente a gente nunca “salta”, isso é para paraquedistas) e voamos por aproximadamente 3 minutos até a área de pouso que fica ao lado de uma lanchonete simples e aconchegante. Pousando, a gente corre pra galera contar como foi. Parece meio bobo, mas a gente vira criança no ar. A área de pouso é grande, segura e gramada. Nos fins de tarde o por do sol é um presente para quem estiver lá. (clique aqui e confira o álbum dedicado ao pôr do sol no Voo Livre)

 

8 – Depois do curso de aproximadamente três meses (variável dependente do aluno) em que usamos todo o equipamento da Vento Norte (parapente, selete – a “cadeirinha” que usamos acoplada à vela, o rádio, o capacete etc) a gente pode decidir se quer continuar no esporte e então programar-se para a compra do próprio equipamento: GPS, bússola, vela, selete, paraquedas de emergência etc. (E dá para comprar à prestação, ou seja, é possível!) Todo esse equipamento você encontra no loja e tem orientações para a melhor adequação conforme tamanho, peso e objetivos com o esporte. (clique aqui e saiba mais sobre os equipamentos de voo) Tem gente que acaba comprando nos mercados de internet e depois logo se arrependem, pois o material não é o adequado para o perfil do piloto. E jamais compre nada sem a orientação do professor, pois é ele a pessoa mais indicada para que você não caia em armadilhas.

 

9 – Antes de entrar de cabeça no esporte, venha fazer uma aula experimental.

Eu fui e não larguei mais !! Lembre-se que, como todo esporte, há os malucos e os que aprendem a curtir com segurança. Sempre faço uma comparação com motociclismo. Eu tenho moto e dirijo há anos. Mas não empino, não faço manobras voadoras, não extrapolo os limites de velocidade, não faço curvas “deitado”, não costuro entre os carros em velocidade, mas amo o vento, andar em estradinhas de terra, enfim, curtir a vida em velocidade sem arriscar minha vida. No parapente é a mesma coisa, você vai ver pilotos fazendo manobras incríveis e vai dizer “meu Deus, que louco” e vai perceber aqueles que se deliciam voando tranquilamente com a emoção de estar “nas nuvens” que já é mais que suficiente. Cada um decide o melhor caminho.

 

10 – Outra opção para ter um contato inicial com o esporte é fazer um voo duplo, ou seja, você voa acoplado numa selete e o piloto noutra. (clique aqui e saiba mais sobre o Voo Duplo). É simplesmente emocionante estar há centenas de metros de altura com toda a segurança do instrutor de voo que sempre é um dos mais experientes pilotos. Ver as árvores e as estradinhas lá de cima é indescritível.

Vale a pena.

Decidiu?

Seja bem vindo!

 

Sobre o autor do texto: Marcos Meier é psicólogo, professor de matemática, escritor e mestre em educação. Palestrante nacional e internacional a respeito de relacionamento interpessoal nas empresas, educação de filhos e formação de professores. Possui uma coluna semanal na RPC Tv, afiliada da Rede Globo no Paraná, na qual discorre sobre educação e comportamento. Sobre estes temas, é também comentarista de rádio há 12 anos e autor de mais de dez livros. Por sua contribuição à cidade, recebeu o título de cidadão honorário de Curitiba.

 

Agradecemos ao Marcos o privilégio de termos sido escolhidos entre algumas opções de escola e ainda termos tido a honra de construir uma amizade com tão estimado piloto!

Se gostou das dicas, confira os links que inserimos nas palavras chaves do texto, mas antes não deixe de conferir no final desta página alguns momentos do Marcos, como sempre imagens lindas enriquecendo ainda mais o artigo.

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